Cannabis Hoje #75 ☘️Passa a bola
Maconha é realidade no futebol brasileiro | Mart´nália | Cannabis nas graças da Embrapa | CEO psicodélico | Attooxxá | Pugliesi | e Carnaval!
opa, opa! tudo bem? chegando aqui no último dia do mês que coincide com o início do carnaval e com o meu anivers, 37 aninhos na última quarta-feira :)
escrevo pra você desde bariloche — no verão, que guarda oooutras belezas — e razoavelmente descansada com a mini férias de uma semana a que me dei direito.
minha temporada na argentina vai chegando ao fim, mas foi lindo enquanto durou, e rendeu coisas como esta entrevista, minha 1ª entrevista internacional, que tenho a honra de ter sido de mãos dadas a Hernán Casciari, um escritor argentino genial que não só escreveu como também viveu a história da série “O melhor infarto da minha vida”, estreia na Disney+.
no mais, bom carnaval pra quem é de carnaval, e bom descanso pra quem curte aproveitar feriado pra relaxar ✨
e como já é tradição (rs), aqui vai o vídeo comentando esta edição 🌻
CANNABIS HOJE POD: notícias quentinhas comentadas por especialistas, papo de empreendedorismo e negócios com os empresários mais destacados do setor, e os bastidores do universo canábico pelas figuras que mantêm vivo esse ecossistema
André Kochem e Julia Duarte, episódio super especial, homenagem póstuma ao André, que faleceu em dezembro, um mês após a gravação, onde conversamos sobre branding canábico e como destacar uma marca no mercado da cannabis
Diogo Busse, advogado dos mais atuantes na causa — o 1º a conquistar direito de importação no caso Anny Fischer, em 2014, chega no pod para falar sobre modelos de regulamentação
Danillo Coelho, diretor da Leds Indoor explica o crescimento da popularidade das growshops, um boom parecido com o das tabacarias 10 anos atrás
Pedro Pajé, fundador do bloco Planta na Mente, que completa 15 anos misturando folia com consciência política sobre as questões canábicas
» Na 3ª temporada, o Cannabis Hoje Pod é apoiado por 8 marcas que são destaque em inovação e tecnologia nos seus nichos de atuação: Unyleya, USA Hemp, TriStar, Blis, Leds Indoor, Netseeds, aLeda e Gorilla
Essas marcas reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para apontar os caminhos do setor com informação e análise para normalizar o que um dia foi tabu «
“NOS SHOWS ME DÃO BEIJO, CERVEJA E MACONHA”, Mart´nália
Nos bastidores do samba e do pagode, Mart’nália é sinônimo de leveza e irreverência -- e em relação à cannabis não podia ser diferente. Bati um papo com a Tinália sobre a sua rotina com a maconha, que ela conta com a naturalidade de quem bebe uma cerveja gelada: ”fumo muito, muito, muito". Do primeiro baseado entre amigos ao uso diário, a cantora vê na erva um jeito de viver a vida com mais tranquilidade. Mas não se trata só do prazer pessoal, ela sabe que a repressão ao uso da maconha carrega um recorte racial perverso.
Mart’nália falou também sobre os beijos, as cervejas e, claro, os baseados que ganha de presente nos shows, revelou o que não pode faltar na sua pochete de carnaval e, de quebra, contou sobre as suas experiências com a psilocibina, das quais ela pensou que fosse sair mortinha da silva, mas voltou mais viva do que nunca.
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CANNABIS CAI NAS GRAÇAS DA EMBRAPA
Dentre as instituições públicas que prestam contas ao governo federal, a Embrapa é a única que entendeu o quanto o Brasil está perdendo com a demora no processo de regulamentação da cannabis. A empresa de pesquisa manifestou seu apoio ao desenvolvimento do ecossistema da planta, começando, claro, pelas investigações, que pretendem desenvolver em 3 linhas diferentes. Os preparativos já estão em andamento dentro da Embrapa –e não é de ontem.
ATTOOXXÁ TÁ NA CASA, um perfil de Rafa Dias
“Os discos mais fodas do É o Tchan, Babado Novo, Olodum, Carlinhos Brown foram gravados aqui, é o puro suco da Bahia, e quando eu tô na frequência certa, tudo isso tá aqui comigo”, acredita Rafa Dias, produtor musical dos mais requisitados do momento que falou comigo do legendário estúdio WR. A frequência certa para Rafa tem a ver com fumar unzinho, mas sem meter o pé na jaca. O objetivo é sempre um estado intermediário. “Não gosto de fumar muito pra não ficar aéreo demais”, diz ele, que tem um ritualzinho de sempre chegar no estúdio, acender um baseado, dar dois pegas e deixar ali no cinzeiro, esperando o fim do expediente – ou da mixagem, o que vier primeiro.
“Tem toda a parte técnica de mix, master, produção, que você tem que editar muito, quando eu termino essa parte, eu fumo pra escutar com outro ouvido, abre muito a percepção.” Se você ainda não ligou o nome à pessoa, se ligue: Rafa é o idealizador e hoje também o cantor do fenômeno Attooxxá, que além de cair no gosto de geral e dominar as paradas de sucesso do carnaval há pelo menos sete anos, caiu nas graças também dos gringos e foi nomeado ao Grammy Latino, em 2023.
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PASSA A BOLA
Gabigol confessou no Podpah ser um maconheiro dos bons. E ele, claro, não é o primeiro e nem vai ser o último jogador da 1ª divisão do futebol brasileiro a admitir ou pelo menos insinuar – que tem uma relação, digamos, ervoafetiva, com a maconha. Ronaldo Fenômeno, Dinei, Rafael Silva, Adriano Imperador (…) são outros maconheiros ilustres do mundo da bola. O caso mais recente de jogador envolvido com cannabis foi o atacante Rafael Silva, que em julho de 2023 teve seu contrato rescindido com o Remo, clube tradicional do Pará, após ter sido flagrado fumando maconha na varanda de sua casa.
Vídeos gravados por vizinhos circularam nas redes, e o atleta, que estava em tratamento de uma lesão importante na coxa direita, foi prontamente demitido do Clube do Remo, que comunicou uma “demissão por justa causa”, mas nem o fato de o jogador ser paciente medicinal mudou o seu destino no Remo, e ainda que fosse uso recreativo, qual o problema? Se ele estivesse tomando um copo de cerveja em casa, será que teria sido demitido?
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UNICAMP AVANÇA NA CANNABIS PRATICANDO DESOBEDIÊNCIA CIVIL
Cada vez mais interessada nos estudos sobre a cannabis, a Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, declara abertamente seu apoio e interesse às pesquisas na área, e inaugura testagem de contaminantes, algo inédito na esfera pública. Há poucos dias e até o fim de fevereiro, a Unicamp está com inscrições abertas para uma pesquisa direcionada a pacientes e associações que tiverem interesse em testar a qualidade da sua produção de cannabis medicinal, para que, a partir dos resultados, possam realizar ajustes.
Ao todo, são 300 vagas para esse experimento. Para participar, é preciso preencher um cadastro on-line e anexar a documentação que comprove, tanto no caso dos pacientes quanto das associações, que o cultivo é legal. Carece de sentido a exigência que a Unicamp impõe aos pacientes cultivadores, de que estes estejam chancelados pela Anvisa, ao mesmo tempo em que decide ignorar o fato de que esses mesmos pacientes não estão autorizados a destinar sua produção para qualquer fim que não o seu próprio uso, já que o habeas corpus de cultivo não contempla o repasse do medicamento, nem mesmo às universidades.
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“A CANNABIS ME AJUDA A TRANQUILIZAR A MENTE, FICO MAIS LEGAL”, Gabriela Morais
Gabriela Morais, que você muito provavelmente conhece como Pugliesi – tipo o X, que para sempre será o Twitter – decidiu sair da estufa só agora, mais de cinco anos depois de ter incorporado a cannabis na rotina. Mas em alto estilo, numa conversa sincerona comigo, a quem Gábi confidenciou não temer a reação das marcas que pagam milhares de reais para se associar à sua imagem (agora, a de uma entusiasta canábica).
“Se falar de cannabis medicinal desagradar patrocinador, são eles que têm que se informar porque é algo que só traz benefícios”, defende a empresária que tem participação em 15 empresas e não duvidaria que a 16ª fosse um empreendimento no cannabusiness, afinal, ela curte investir em negócios que tenham a ver com o seu estilo de vida. Também mergulhei no universo de Gábi e surgiram outros assuntos, como a vida acelerada dos influencers, que coloca em risco a saúde mental, o corpo no pós-parto, a vida de recém-mudada ao Uruguai e a lógica de equity, o novo cachê preferido das influencers.
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O CEO PSICODÉLICO
Depois de 35 anos à frente de multinacionais, Alexandre Fontoura embarcou numa viagem de dissolução do ego com ajuda da ayahuasca e desde então promove rituais para que outros executivos vivam essa experiência. Para quê? Motivos não faltam, do desejo de ser melhor chefe à necessidade de compreender que não somos a corporação, apenas trabalhamos nela.
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CORRA, ANVISA, CORRA
O STJ foi claro: regulamentar o cultivo de cannabis não pode mais esperar.
E o tempo da Anvisa tá se esgotando... Em novembro de 2024, o STJ decidiu que a Anvisa tinha até maio de 2025 para definir as regras do cultivo de cannabis medicinal. Mas ao invés de trabalhar, a agência pediu mais tempo... E adivinha? O pedido foi negado.
E a Anvisa, que tem agora três meses para apresentar uma proposta de regulação do cultivo em território nacional, já não tem mais tempo de fazer uma consulta pública, de modo que muito provavelmente deve usar os resultados de uma consulta pública sobre o mesmo tema feita lá atrás, em 2019. O problema é que 5 anos para a ciência, a tecnologia e para os avanços sociais é muito tempo…
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“ESTOU INTERESSADO NO THC, SENÃO NÃO TEM GRAÇA”, Marçal Aquino
Marçal Aquino, escritor e autor do livro que detém o título mais sexy dentre os livros, “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, começou a fumar maconha bem jovem, mas, aos 19 anos, parou tão logo percebeu que isso estava interferindo negativamente na sua escrita. Aos 40 anos, o também roteirista de produções como “O Cheiro do Ralo” e “O Invasor” retomou o uso repentinamente quando encontrou no cinzeiro de casa uma ponta que um amigo tinha deixado para trás. Por quê não experimentar um pouco depois de tanto tempo?
Nesse mesmo dia, Aquino conseguiu destravar um bloqueio de escrita que o preocupava já havia um tempo. A partir daí, virou sua companheira diária até que, recentemente, após uma operação nas cordas vocais, Aquino se viu obrigado pelos médicos a interromper o fumo, de que ele, aliás, sente saudade. Nesta conversa comigo, o escritor analisou a influência da maconha em dois momentos distintos da vida, contou sobre seus processos criativos e suas vivências dentro de uma bolha progressista onde até o policial que trabalhava nas suas produções era maconheiro.
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SE A CANNABIS CHEGOU ONDE ESTÁ, FOI GRAÇAS AOS ADVOGADOS
É impossível contar a história da cannabis no Brasil sem mencionar o trabalho incansável dos advogados envolvidos com a causa. Foram eles que estiveram nos bastidores de quase todos os avanços conquistados até hoje na ampliação do marco regulatório das várias utilizações da planta.
Hoje, os advogados atuam em 3 grandes eixos: a defesa criminal, que inclui os habeas corpus de cultivo); as chamadas empresas verdes, que recorrem aos especialistas para entender até que ponto podem esticar a corda; e a liberdade de expressão, que carece de defesa em um cenário em que empresas dizem garantir esse direito na teoria, mas cuja prática é justamente oposta. De certa forma, são nichos limitados, mas que crescem como nenhum outro dentro da prática do direito.
CannaTech by Blis - O Poder do Acesso: Saúde, Tecnologia e a Revolução da Cannabis Medicinal
A gente nem sempre pensa sobre isso, mas acesso é o que define quase tudo na vida. Dinheiro? Não é só papel, é o que abre portas para oportunidades e experiências. Poder? Nada mais é do que a capacidade de influenciar e se mover no mundo. E saúde? Bom, ter acesso ao tratamento certo pode mudar completamente o jogo. Com a tecnologia cada vez mais presente no nosso dia a dia, ela se tornou o maior facilitador desse acesso. Nesse contexto, algumas plataformas estão revolucionando o jeito como as pessoas conseguem produtos de cannabis medicinal de forma segura, regulamentada e sem complicação. Não se trata só de um app, mas de uma ponte real entre quem precisa e as soluções que a ciência já provou que funcionam. O uso medicinal da cannabis tem sido reconhecido no mundo inteiro como um avanço gigantesco no tratamento de condições como dores crônicas, epilepsia, insônia e ansiedade. Mas, apesar das evidências científicas e dos benefícios para milhões de pacientes, ainda existem obstáculos que tornam esse acesso mais difícil do que deveria ser.
Ignorar ou tentar barrar esse tipo de inovação é, na prática, impedir que milhares de pessoas tenham uma alternativa de tratamento que pode transformar suas vidas. A tecnologia já permite consultas online, entrega de medicamentos em casa e facilita diagnósticos, então por que dificultar algo que está claramente alinhado com a evolução da saúde? A cannabis medicinal já não é mais um tabu — ela é uma realidade. E a grande questão agora é garantir que quem precisa tenha acesso sem burocracia, sem estigma e sem desinformação. A saúde não deveria ser um privilégio. Qualquer avanço que facilite esse direito merece ser impulsionado, não barrado. No fim das contas, o que está acontecendo não é só uma mudança de mercado, mas de mentalidade. O acesso à saúde e ao bem-estar está sendo redefinido, e ignorar isso é ficar para trás. (Toninho Corrêa - co-fundador da Blis)
Educann by Unyleya - Uma Nova Fronteira para a Atuação Farmacêutica
A cannabis medicinal vem ganhando espaço como uma alternativa terapêutica eficaz em diversas áreas da saúde. No Brasil, avanços regulatórios, como a aprovação de extratos de Cannabis sativa pela Anvisa e sua comercialização em farmácias comunitárias, além de decisões que permitem que farmácias de manipulação produzam esses produtos, somados ao papel histórico das associações de Cannabis medicinal na cadeia produtiva da planta ao medicamento, por meio de decisões judiciais, evidenciam o potencial transformador dessa planta no cuidado aos pacientes. Para os farmacêuticos, a Cannabis medicinal apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Sua aplicação prática inclui o desenvolvimento e a manipulação de produtos destinados ao tratamento de condições como dores crônicas, ansiedade, epilepsia, fibromialgia e doenças neurodegenerativas, entre outras.
Além disso, o farmacêutico desempenha um papel crucial na orientação dos pacientes quanto ao uso correto e seguro desses medicamentos, contribuindo para a adesão ao tratamento e para a melhoria da qualidade de vida. O profissional também exerce um papel fundamental em equipes multidisciplinares, já que o uso de Cannabis está associado a um cuidado integral ao paciente. Outro ponto relevante é a atuação do farmacêutico na pesquisa e no desenvolvimento de novas formulações. Combinando conhecimento em farmacotécnica, farmacologia, toxicologia e regulação, é possível integrar equipes multidisciplinares e expandir as possibilidades terapêuticas da Cannabis. A integração da Cannabis medicinal à prática farmacêutica não é apenas uma tendência, mas uma necessidade diante da crescente demanda por soluções personalizadas e seguras. Este é um campo promissor, que alia ciência, tecnologia e cuidado centrado no paciente. (Profa. Claudete da Costa Oliveira - Coordenadora da pós-graduação em cannabis medicinal para farmacêuticos)
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